quarta-feira, 28 de maio de 2014

"Sobre ordenhas e estoques". Quando chega a hora de montar a "dispensa" do seu bebê.



Hoje a postagem é para uma amiga necessitada e, também, para todas as mamães que estão retomando suas vidas profissionais, não têm a possibilidade de trabalhar em casa para manter a amamentação dos seus pequenos e, por isso, precisam montar um estoque de leite que atenda à sua demanda.
Muitas mulheres têm dúvidas de como criar um estoque de leite materno em casa. E realmente, há muito que se saber sobre higienização, ordenha, potes, tempo e tipos de armazenagem.
Então, vamos começar falando sobre a preparação.
Antes de mais nada, deve-se higienizar muito bem as mamas e as mãos, secando-as com um papel toalha ou um tecido bem limpo e esterilizar o pote que será utilizado para armazenar o leite. O ideal é que se utilize uma touca para envolver os cabelos e uma máscara ou tecido limpo sob a boca, para que não haja risco de alguma contaminação.
Feito isso, vamos para o passo 2, a extração.
Procure um lugar tranquilo para que não ocorra interrupções ou falta de conexão com o momento. Lembre-se que o sucesso da extração, seja ela manual ou por vias elétricas, depende muito dos tais hormônios que já citei numa postagem anterior, a Prolactina e a Ocitocina, e esse último em especial, é ativado por estímulo de sentimentos sublimes como o amor, afeto, prazer, proteção... sendo assim, faça uma playlist com músicas tranquilas que te agradem, capriche nos pensamentos sobre o seu filho e, se necessário, tenha por perto uma foto dele com aquele sorriso "mais gostoso do mundo", ou uma pecinha de roupa que ele tenha usado. Coloque-se numa posição confortável, respire calma e pausadamente e relaxe. (Sim, parece uma meditação guiada, eu sei).
Em seguida, massageie por alguns minutos as mamas cuidadosamente e, em movimentos circulares, dedilhe as duas aréolas. Segure as mamas com a mão em forma de "C" e dê uma leve chacoalhadinha (rsss, sem rir). E agora você já pode começar a ordenha.
Para as mães que optarem fazer a extração manualmente, segue a dica:

A posição dos dedos é muito importante na hora de fazer a ordenha. Polegar e indicador devem estar colocados na linha limite da aréola, um acima do bico e o outro abaixo, de forma que a área apertada seja a mesma que o bebê abocanha quando mama. Deu pra entender? Agora, pressione suave, porém firmemente a região areolar, como se quisesse unir os seus dedos por trás do bico do seu seio. Faça o movimento repetidamente (apertando e soltando), para que o leite comece de fato a fluir. O processo é lento e pode gerar algum desconforto no começo, mas tenha paciência e muito amor no coração, pois esses sim serão os seus grandes aliados.

Esse trabalho, embora pareça objetivo e racional, é muito introspectivo, onde a mulher se conecta com o seu corpo, entende seus comandos e soma mais uma forma de enxergá-lo. É como se estivesse fazendo um suco de laranja, você escolhe a fruta, tateia, cheira, limpa, corta e espreme para tirar o suco. Viu? Na natureza tudo se repete. E com a gente não é diferente, afinal, somos bichos, não é mesmo? Só que, o ser humano sofre de uma amnésia crônica que o faz esquecer desse detalhe e perder o instinto de uma série de coisas que são extremamente vitais, como "AMARmentar", por exemplo.

 Bom, sigamos com o assunto. Caso a mãe opte por fazer a ordenha através de um extrator, o processo de preparação é o mesmo. Aqui em casa, eu utilizo um extrator elétrico da Medela (esse da foto, à esquerda). Ele é super confortável, tem regulagem de intensidade, nunca feriu o meu seio, mas, como qualquer outro tipo de acessório para ordenha, me deu um desconforto bem pequeno no início. Porém, no segundo dia de uso já não senti mais nada.

Lembrem-se, extrair o leite também é uma forma de estimular a sua produção e evitar empedramentos, entupimentos e outros inconvenientes. Não queira "economizar" leite para a próxima mamada, pois certamente você vai estar remando contra a maré.

Agora vamos falar sobre o armazenamento desse leite.
O ideal é que se tenha, preferencialmente potes de vidro, porém, é aceitável que se utilize eventualmente recipientes de polipropileno (um termoplástico resistente e de boa estabilidade térmica, o que não influencia na qualidade do leite nele armazenado) ou saquinhos próprios para esse tipo de tarefa. Qualquer um dos recipientes descritos aqui você conseguirá encontrar facilmente em farmácias ou lojas especializadas. No caso do recipiente de vidro, não há necessidade de se comprar. Se na sua casa tiver vidros vazios de maionese, café solúvel ou outros que tenham tampa de rosca, você já pode iniciar o seu estoque. É só se certificar de que estes estão limpos e devidamente esterilizados.


Partindo para o tempo de armazenagem:

Depois de extrair o leite e colocar em recipiente limpo e estéril, saiba que, por segurança deve-se respeitar rigorosamente o tempo de conservação do mesmo.

  • Se for mantê-lo refrigerado na geladeira, o consumo deve ser feito em no máximo 12 horas. 
  • Se for congelar (em freezer ou congelador), consuma em no máximo 15 dias.
Quando se armazena em casa, o leite deve ser rigorosamente monitorado, pois não passará por um processo de pasteurização, como nos bancos de leite e, por esse motivo, seu prazo de validade é curto. Portanto, FIQUE MUITO ATENTA. (Nos bancos de leite, onde se tem estrutura de pasteurização e armazenamento, o leite pode durar até 3 meses congelado).
IMPORTANTE: Para que não haja confusão, etiquete os vidros e escreva a data e hora da extração. Isso será de enorme valia pra você. 

Quanto ao transporte:

Tenha uma frasqueira térmica e um gelo artificial rígido (que garante a temperatura por muito mais tempo). Retire o frasco do freezer e coloque imediatamente na frasqueira com o gelo. Ao chegar no seu lugar de destino, verifique o estado do leite. Se houver desgelo e o leite estiver com mais de 50% em estado líquido, não coloque-o para congelar novamente. Este leite deve ir para a geladeira e deve ser consumido em no máximo 12 horas. Se não houver esse desgelo todo (de 50%), pode colocar o recipiente novamente no freezer sem problema. E se o transporte foi feito com ele somente refrigerado (ou seja, estava na geladeira), conte 12 horas a partir do momento que ele foi extraído. Certo?

E por fim, como fazer para aquecer o leite:

Se estiver no freezer: 
Aqueça uma panela com água e desligue o fogo . Coloque o frasco dentro da água até que ocorra o desgelo total do mesmo, agitando o frasco lentamente para a misturar os seus componentes. 
Tempo aproximado – 10 minutos.

Caso não ocorra o desgelo total, retire o frasco da panela e aqueça a água novamente, realizando o mesmo procedimento.

Se estiver na geladeira:
Aqueça uma panela com água e desligue o fogo. Coloque o frasco dentro da água agitando-o lentamente para a misturar os seus componentes. 
Tempo aproximado 02 minutos.

  • O leite que sobrar deve, após o aquecimento, ser desprezado. O restante do leite descongelado e não aquecido poderá ser guardado na geladeira e utilizado no prazo de até 12 horas.
  • Sempre observe a temperatura do leite materno antes de oferecer para o bebê.
  • Nunca aqueça o leite em microondas, pois este tipo de aquecimento pode destruir seus fatores de proteção.
  • A temperatura do leite materno é de morno para frio.
Bom, outra dica que eu considero de grande valia é a seguinte: prefira oferecer o leite ao seu bebê em um copinho ao invés de mamadeira. Assim, você não vai estar contribuindo com um possível desmame precoce
 do seu filho. Já existe no mercado um copinho desenvolvido especificamente pra isso, com uma angulação mais favorável, porém, se você tiver um copo pequenino de vidro em casa, separe-o para o o seu baby. 

Ufa! Foi uma enxurrada de dicas. 
Espero que tenha sido útil e que algumas das dúvidas possam ter sido sanadas.
O meu muito obrigada à Lívia que me procurou e fez esse pedido que, de certo, vai ajudar muitas mamães.

Até a próxima postagem.
Namastê.

sábado, 24 de maio de 2014

Experimentando Arte com a barriga.


(imagem retirada da internet)

A postagem de hoje é fofa e traz duas coisas lindas e extremamente significativas para se fazer com o barrigão. Além de serem atividades gostosas, ajudam no auto conhecimento, na aproximação de outros membros da família à gestação, propiciando um momento de reflexão e também auxiliando no alívio daquela ansiedade inevitável que o fim da gestação nos traz. Fazer arte é tudo de bom, mas quando essa mesma arte é feita com amor e com gente amada em volta, ahhhhhh, é maravilhoso!

Primeiramente, apresentar-lhes-ei a "Ultrassom" Natural. 
Linda de se ver e vivenciar, ela consiste em desenhar o bebê na barriga da gestante. 
Mas como?
Artavés de manobras de palpação, a doula, ou parteira, ou outra pessoa especializada nisso, vai, antes de mais nada, analisar a posição do bebê dentro da barriga da mamãe, e depois, com pincéis e muita calma e tinta colorida vai desenhá-lo suavemente, mostrando o lado para o qual está virado, as áreas onde há líquido, onde está localizada a placenta, cordão umbilical e, com toda sensibilidade, vai transbordar a calmaria feliz que reina naquele útero quentinho e aconchegante. 
Essa atividade é deliciosa, pois pode envolver toda a trupe da casa. Imagine cada um com seu pincel, colorindo o mais novo integrante da família e pintando o seu sorriso de satisfação por ter uma família tão unida. Não é o máximo? Essa ultrassom convida o papai e os imãozinhos a sentirem a posição do bebê, seu tamanho e seus movimentos, identificando a cabeça, a coluna e os pés. É realmente uma viagem ao universo da imaginação, e ainda poupa o neném das radiações do ultrassom tradicional. Demais, né? 
No Brasil afora já se encontra parteiras, doulas, obtetrizes e enfermeiras obstétricas que fazem esse trabalho. Vale muito à pena. 

(foto retirada do site de Naoli)
Essa prática começou a ser difundida e conhecida por aqui através do trabalho da Naoli Vinaver, uma "parteira mexicana contadora de histórias", que vive em Florianópolis e é internacionalmente reconhecida por sua competência, respeito e amor à vida. 


Bom, outra atividade DELICIOSA, que também vai envolver seus filhos e marido e que vai eternizar o seu barrigão é a Barriga de gesso. 
Dessa experiência eu provei e foi incrível! Só depois que eu retirei o molde de gesso e vi a barriga "fora de mim" que pude ter a real noção do seu tamanho. Para isso, contei com a ajuda e habilidade do meu marido, Adelmo. Foi muito legal, demos muitas risadas e fizemos muita sujeira. 
É muito simples de se fazer essa barriga, você só vai precisar de ataduras de gesso, água e paciência. O processo leva em média uma hora, sem contar o tempo de secagem. Portanto, é pra curtir mesmo e sentir os movimentos que o seu baby vai fazer durante a 'brincadeira'. 
Depois que a barriga estiver seca é só tirar com cuidado e deixar secar 'de verdade' por mais 7 dias. A partir daí, já se pode viajar na customização e fazer uma super peça de decoração com doces recordações.

(Arquivo pessoal Matrem)

 A nossa barriga foi feita com 40 semanas e foi de grande valia para afastar as aflições de uma mãe ansiosa.
Meu marido foi muito paciente e colocou todo o seu dom artístico e de pedreiro em prática. Cada quadradinho de atadura foi devidamente colocado com muito amor e respeito à morada temporária do Joaquim, que interagiu o tempo inteirinho com seus chutes e cambalhotas.
É, estou com saudades do meu "look barriga". Rsss.



Então, meninas, se animaram?
Essas duas dicas são realmente encantadoras e valem ser testadas. Se você tem uma doula ou parteira, pergunte a ela sobre essas riquezas e faça a que estiver ao seu alcance. Além de aproximar, fazer curtir, conhecer e colorir, são duas formas gostosas e divertidas de se vivenciar esse momento tão lindo e único.

Espero que tenham curtido essa postagem.
E se, por acaso, alguma das leitoras se aventurar, não deixe de escrever um relato por aqui. Ok?

Boa Noite a todos!
Namastê.


segunda-feira, 19 de maio de 2014

Diário de uma alimentação impecável na gestação.


Toda grávida acha que manter uma alimentação saudável e natural é algo quase impossível durante o período gestacional. Como abrir mão das "gordelícias" da vida, justamente na hora que elas mais gritam pelo seu estômago? Parece que todas as porcarias do mundo traçam uma história obsessiva de amor por você, não é? Aí fica dífícil resistir. Rsss. Maaas... não é impossível! 
Pensando nisso, pedi um "help" para a minha amiga Lídia Sampaio, especialista em cozinha Natural e Viva, e fizemos essa linda postagem, cheia de dicas e receitas maravilhosas, campeãs nos quesitos sabor e saúde.
Vamos a ela.

"É quase uma decoreba que a alimentação durante a gravidez deve ser balanceada, mas, quais tipos de alimentos devemos evitar?
Saibam que enlatados, embutidos (até mesmo o peito de peru light), conservas e toda sorte de industrializados contém muito sódio, açúcares e conservantes.  É muito importante, também, quando formos ler os rótulos, ficarmos atentas às quantidades de AÇÚCARES nas tabelas nutricionais, onde os mesmos aparecem como “CARBOIDRATO”, ou até mesmo como “GLUCOSE DE MILHO” (extremamente transgênico). Esta é só uma forma que a indústria alimentícia se utiliza para enganar a gente, portanto, redobre a ATENÇÃO.
Falando em açúcar: Tudo bem que somos todas loucas por doces, mas não precisamos de açúcar refinado nem de aspartame ou ciclamato (aqueles adoçantes que prometem emagrecimento, mas fazem um mal danado)! Use stévia, em forma de folha, fazendo o chá, ou opte por outros tipos de açúcares naturais encontrados em frutas ou de procedência menos industrializada.

Agora uma curiosidade: você sabia que a Candidíase é provocada por uma bactéria patogênica que fica instalada no nosso intestino? Ela se chama CANDIDA ALBICANS e se alimenta justamente de açúcar.  Portanto, gravidinha, se você está com cândida e está numa fase meio “formiguinha”, RESISTA! Que tal usar o sumo da maçã? Ele é um ótimo adoçante para sucos e as frutas desidratadas um belo “snack” doce, experimente as tâmaras medjool, são deliciosas. Eu, particularmente, não tomo açúcar nenhum mas, quando vou a alguma festinha, o consumo, por mínimo que seja, acaba sendo inevitável. Na minha cozinha, portanto, aboli o açucareiro e tento adoçar tudo com o que há de mais natural possível. A minha paixão é o Agave azul, um tipo de melado extraído da planta que faz a tequila (a diferença é que ele não dá o mesmo pico glicêmico do melado e do açúcar). E a minha segunda paixão é, sem dúvida, o mel.

Bom, continuando com a leitura de rótulos, fica uma dica:
Preste atenção: sempre, a substância que o produto tiver em maior quantidade vem em primeiro lugar na tabela, e a que tiver em menor quantidade em último. E, quanto mais nomes esquisitos o rótulo tiver, mais “trash” é o produto. (Nada melhor que um molho de tomate caseiro não é mesmo? Aquele com tomates batidos no liquidificador com o nosso toque e temperinhos frecos... Hmmm bom demais.)

O CAFÉ, querido por todas, já faz parte da nossa memória afetiva. Um cheirinho que invade a casa e enche nossos corações de ternura e afeto... Mas, mesmo a dose diária recomendada (de 300mg) pode causar problemas de saúde aos nossos bebês como: baixo peso ou até risco de aborto. Essa quantidade equivale, por dia, a três xícaras de chá de café instantâneo, mais uma barra de chocolate e uma lata de Coca Cola.
Antes da gestação do Gabriel, eu já não bebia café nem refrigerantes, então,foi bem fácil. Difícil mesmo foi deixar de lado o chocolate, já que sou fã dos beeem amargos.
Uma opção divina que encontrei foi a Alfarroba, que é um pozinho vendido nessas lojas de produtos naturais. O sabor fica entre o chocolate e o café e coloco em tudo que invento, substituindo o cacau. Vale a pena conhecer essa maravilha!

Agora, de jeito nenhum, durante uma gestação, se deve ingerir: peixes e frutos do mar crus, carne bovina mal passada ou crua, carne de porco, também mal passada, ovos crus, bife de fígado ou miúdos (para evitar a sobrecarga da forma retinóica da vitamina A) e bebidas alcóolicas.

Mas, com tantas restrições, o que comer?

O Ideal é ter uma dieta bastante variada durante a gestação, pois, quanto mais cores no prato, mais chances de ingerir muitas vitaminas e minerais diferentes.
E, como já sabemos, beber sempre muita água!
Uma ótima opção para quem não gosta de beber água é a água de coco que hidrata muito e é riquíssima em sais minerais, potássio e magnésio (isso ajudará a prevenir doenças do sistema urinário, tão comum nas gestantes, e fará o intestino funcionar melhor). Para as esquecidas, como eu, andar com uma garrafinha ou espalhar moringas e jarras de água aromatizada dentro de casa é uma boa idéia para estimular o consumo.

Os obstetras costumam receitar vitaminas com ácido fólico e ferro, mas isso não é o suficiente, temos que complementar nossa dieta diária com alimentos como: leguminosas, folhas verde escuras e as frutas cítricas que são as que mais contém essas vitaminas (não ´´VALLE`` suco de caixinha hein ! Rsss). As sementes Germinadas e Brotos contêm muitas vitaminas e minerais importantes para as gravidinhas, principalmente a vitamina K que é responsável pela coagulação do sangue. 
Você sabia que o Broto de alfafa aumenta MUITO a produção de leite materno? Mas isso é papo pra outra conversa que teremos, a do “leitinho saudável”. 

No site http://www.especialista24.com/acido-folico-na-gravidez/ tem uma lista rica de alimentos e as suas quantidades de ácido fólico com a proporção e ingestão diária. É uma super dica de clique também!

Bom, não deixando de puxar a sardinha para o meu lado, vou ensinar uma receita de suco verde com sementes germinadas que, além de ser tudo de bom, ainda ajuda no bom funcionamento do intestino (por ser uma bebida alcalina e fazer aquele detox incrível). Passei minha gestação inteira bebendo esse suco em jejum pela manhã, te garanto que vais sentir desinchar muito. E “bye bye imunidade baixa”!
Então, tome nota:

·         2 maçãs grandes
·         Uma mão cheia de sementes de girassol sem casca hidratadas por 8h a 12h(lavar bem antes e depois de hidratar).
·         4 folhas de couve
·         1 molho de hortelã
·         1 tico de nada de gengibre (rsrsr)
·         1 cenoura ou pepino para ajudar a bater o suco (biossocador)

Com a ajuda da cenoura, na função pulsar, liquidifique as maçãs já picadas até virarem um creme. Coe com um pano de prato fino ou saco de voal. Volte o líquido para o “liquidificAmor” e acrescente as folhas, gengibre e sementes. Coe novamente.
Obs.* Esse suco rende 1 porção, não precisa ser batido com água e dispensa o uso de açúcar pois a maçã é suuuper docinha.

Anote também outras maravilhas rápidas, que vão fazer toda diferença:

Água aromatizada: Coloque em uma jarra água e hortelã (cascas de laranja ou raspas de limão orgânicos pois quando não são orgânicos não usamos essas cascas por causa da quantidade de agrotóxicos presentes), e deixe na geladeira. Uma refrescante água aromatizada sempre a mão.

Caipi hare: faça uma limonada de 4 limões batida no “liquidificAmor” , (uso amor pois é uma referencia para usarmos mais amor e menos dor nos nossos pratos) acrescente um gengibre do tamanho de seu polegar e mel a gosto... Tim Tim.

Mousse de Frutas: 3 Bananas d´agua congeladas, 1 colher de sopa de linhaça hidratada, e 1 maracujá grande. Liquidifique tudo e “Don`t worry”, você pode comer de sobremesa e até no café da manhã.

Docinhos: Processe 250g de tâmaras s/ semente com 100g de castanhas de caju hidratadas por 4h (faça de forma que fiquem “pedaçudas” mesmo, não faz mal). Enrole os docinhos e passe na alfarroba em pó.

Chá solar: em uma jarra coloque as ervas que preferir, tampe e coloque no sol, esqueça lá... no chá das 17h  retire e sirva em xícaras mornas acrescente aroeira para um aroma docinho, e assim sem ferver ele preserva a vitalidade das ervas e suas propriedades que não vão se perder com a fervura.

Coco espumante: bater a água e a polpa do coco verde em um liquidificAmor e... Saúde!"








Por Lídia Sampaio educadora em Alimentação Viva formada pelo ENSP/Terrapia/FIOCRUZ e idealizadora do projeto Cozinha Natural, onde dissemina alimentação saudável na promoção da saúde. Através de aulas Particulares e ao vivo via Skype.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Meu mamilo rachou, e agora?


Hoje, uma amiga veio me perguntar o que fazer, pois há cinco dias o seu filho nasceu e o bico do seu seio está rachado. Resolvi fazer uma postagem direcionada a ela, mas também a outras amigas que, um dia, me perguntaram a mesma coisa.
Quando a gente engravida, uma avalanche de dicas e truques "para o seio não rachar" surgem das mangas de muitas tias, avós, amigas e vizinhas, porém algumas coisas não são aconselháveis de se fazer.
Já se sabe, hoje em dia, que não há necessidade de preparar as mamas para a amamentação e sim, estudar formas de oferecer o seio para o seu bebê. Porém, não custa fazer algumas coisas que não trarão nenhum malefício para a saúde dos seus mamilos, como por exemplo, pegar sol nas mamas e usar a concha de silicone, com consciência. 
Esqueça as buchas, cremes e pomadas, pois tudo isso afina a pele do seio e do mamilo, fazendo com que o local fique mais sensível e ainda mais propenso às fissuras. Jamais coloque mamão no seu seio! Isso é uma porta escancarada para infecções, bactérias e afins. 

- Bom, como então evitar as rachaduras e machucados? 
Corrigindo a pega do seu bebê! 
E isso começa com a forma que você deve oferecer o seu seio a ele. 
O ideal é que, na hora da mamada, você, mamãe, se certifique de que o seu filho está abocanhando não só o seu bico, mas também a sua aréola. Dessa forma não haverá obstrução da saída do leite e nem machucará você. Quando o bebê só suga o mamilo o leite não sai e a região fica irritada, ocasionando dor e rachaduras. 


Para garantir essa pega, tente segurar o seu seio de forma facilitadora. 
Uma alternativa muito boa é "amassar" suavemente a aréola e inseri-la toda (ou boa parte dela) na boca do bebê, como na foto abaixo. 
Queixo no seio e nariz livre.
O polegar posicionado na parte superior da aréola 

facilita a 'manobra', pois com o bico elevado, o bebê
vai abocanhar primeiramente a parte inferior da aréola
e, em seguida, (após soltar o polegar), a outra parte 

se acomoda automaticamente.

Não se preocupe, seu filho não vai se afogar! E seja suave, assim você não sentirá dor.
Para que o seu bebê abra a boca, basta encostar o bico do seio em seus lábios. E quando ele já estiver craque na pega perfeita, não há mais necessidade de fazer essa manobra.
Lembre sempre de estar com ombros relaxados e os braços bem posicionados para que o conforto seja garantido e a mamada flua bem. E, durante o processo, segure a mama com a mão em forma de "C", para que não haja obstrução dos dutos. Algumas mães seguram com os dedos indicador e médio, como se fosse uma tesoura, e isso pode atrapalhar a fluidez do leite. 
Uma outra dica importante para ficar livre das rachaduras é manter os seios sempre secos. E aí entra o banho de sol! 
- Mas, por que sol? 
Porque a sua luz, além de fornecer Vitamina D, vai dar resistência à pele do seu mamilo e adjacências. Vai mantê-lo seco e evitar a proliferação de fungos e bactérias. 
- UAAAUUUUUU! 
É, o sol faz isso tudo. Mas, não vai dar "aloka" e ficar "quarando" por horas, ok? Bastam 15 ou 20 minutinhos no horário da manhã, e pronto. Entretanto, lembre-se: de nada vai adiantar o sol se a pega continuar errada! 

- Mas, Ju, o meu seio já está machucado. O que eu posso fazer?
O que eu SEMPRE digo para as minhas amigas é: depois da mamada, espalhe um pouco do seu próprio leite em todo o seio e deixe secar livremente (quando eu digo livremente é sem passar paninho, papel... NADA. Larga ele ali e não coloque sutiã, absorvente de seio, até que ele seque). O leite materno é um cicatrizante poderoso, além de antibacteriano. E quanto mais ventilada estiver a região, melhor! Assim, a proliferação de fungos e bactérias passa longe.
Algumas mães que conheço optaram por usar também a Lanolina (pura) para ajudar na cicatrização. Eu não vejo necessidade, mas se for do seu agrado, é só ir até a farmácia ou buscar em lojas online especializadas. Esse não é um produto barato e, provavelmente, vai ser usado em muito pouca quantidade. Portanto, pense bem antes de comprar. 

Como eu disse mais acima, não é necessário preparar o seio para a amamentação. Não use nada em seus mamilos. Risque da sua lista: óleos, hidratantes, sabonetes milagrosos, buchas, toalhas para esfregar, etc. A natureza é perfeita e, durante a gestação, o corpo prepara as nossas mamas. Elas ficam naturalmente mais hidratadas por causa de glândulas sebáceas e sudoríparas que possuímos na região das aréolas e são chamadas de Tubérculos de Montogomery. Elas formam uma camada hidrolipídica que protege essa área e evita rachaduras. Nosso corpo é realmente perfeito!

Tubérculos de Montogomery 
Sobre o uso de conchas de solicone:
Nos primeiros dias de amamentação é válido. Ela ajuda na formação do bico, sem ferir, e colhe o excesso de leite sem deixar os seios úmidos. O que ajuda a pele a ficar bem macia. Porém, use com sabedoria! Mantenha as conchas esterilizadas e secas, rejeitando o leite acumulado, e nunca durma com elas (a umidade vai dificultar a cicatrização do seu seio).

Então, meninas, valeu à pena ler? 
Espero que a postagem tenha sido esclarecedora. 
É muito comum ter dificuldades e dúvidas no início da amamentação. Por isso, mantenham-se sempre informadas e sem vergonha de perguntar. 
Lembrem-se sempre que a "pega perfeita" é peça principal para uma mamada plena e um seio sem fissuras. Observe. Corrija. 
E, se achar que ainda está fazendo errado, corre e pede ajuda. 

Obrigada pela leitura!
Até a próxima postagem.
Namastê.

(Todas as imagens foram retiradas da internet).

domingo, 11 de maio de 2014

O verdadeiro dia das mães.

(Arquivo pessoal Matrem)

O mês de Maio chegou. E como já se é determinado, o seu segundo domingo é dedicado às mães. Mas, por que essa data específica? 
Sempre ouvimos dizer que " dia das mães é todo dia", e isso é a mais pura verdade. Mas, se me pedissem pra escolher um dia que celebrasse de verdade a existência de uma mãe, eu escolheria a data de aniversário de seu filho. 
Pense só... Desde o dia em que engravidamos, nossas vidas se transformam e passamos a nos preparar para um outro dia ainda mais transformador, o do nascimento do nosso filho. É como um ensaio para uma grande e importante estréia. A estréia de uma vida. A estréia de uma MÃE. E, na minha opinião, esse deveria ser o NOSSO DIA (dia de cada uma)! É quando a vida decide transbordar através de nós e "vazar" em forma de filho. E o amor, de tão grande, deixa de caber em um coração só e decide se dividir em dois, ou mais, para multiplicar por infinito. 
O verdadeiro dia das mães é aquele que a gente sentiu pela primeira vez o nosso bebê. Que as peles se tocaram, que os cheiros se misturaram, que o seio se transformou em fonte de alimento e a vida passou a fazer total sentido. O verdadeiro dia de uma mãe é aquele que ela descobre a capacidade de amar alguém mais do que a si mesma. 
O segundo domingo de Maio, aleatório coitado, é o dia que inventaram para nos lembrarem de celebrar (presentear) as nossas mães. Será que realmente precisamos dele? Sempre me fiz essa pergunta (assim como sempre me indaguei sobre o dia dos pais, das avós, dos namorados...).
Hoje, como mãe, acho muito mais legal e significativo ter um "dia das mães" exclusivo, onde eu possa comemorar de verdade o motivo da data, que é o nascimento meu FILHO. 

Contudo, se existe essa data no calendário, não vamos deixar de confaternizar. Não é? Afinal, em meio a tantos dias exaustivos e intensos, um "mimo" é muito bem vindo. Rsss.

Mãe é dádiva em forma de gente. É quem nos ama incondicionalmente, sem contabilizar nossas falhas e acertos. É quem, realmente, faz TUDO por nós, como se não houvesse o amanhã.

Desejo a todas as mães um dia cheio de amor e rodeado de filhos e avós. 

Ser mãe é ter, todos os dias, motivos para agradecer. E ser filho é ter motivos, de sobra, pra dizer "Eu te amo". 

Feliz dia das mães! 
Em especial para a minha querida mãe, Tania. 

Namastê. 

sexta-feira, 9 de maio de 2014

YES! Nós temos leite... e muito!

(Arquivo pessoal Matrem)


É muito comum ouvirmos dizer que amamentar é um ato natural que não precisa ser ensinado ou conduzido... mas eu digo que "há controvérsias". 
Nem toda mãe (principalmente as de primeira viagem) tem a sorte de ter um bebê com a pega perfeita e a sucção poderosa, e por isso, é importante que ela tenha apoio. Apoio da família, do marido, de outras mulheres, de uma enfermeira, pediatra... não importa. Se houver dificuldade, é necessário saber o porquê.
A postagem de hoje é para as mamães entenderem um pouco mais do mecanismo da produção e ejeção do leite e, principalmente, para as marinheiras que acreditam não estar produzindo leite suficiente para saciar os seus bebês ou que ouviram dizer por aí coisas do tipo "seu leite pode estar fraco". AAAFFFFFFF!!!!
Em primeiríssimo lugar, nenhum leite materno é fraco! 
Entenda, ele tem 2 fases, a que mata a sede (inicial-rica em água) e a que mata a fome (final-rica em gordura), e se o seu neném não está ganhando peso, não é porque o seu leite é fraco, e sim, porque ele não está mamando de forma correta e não está chegando na parte gordinha do leite, a que realmente alimenta e sacia. 
Em segundo lugar, entendamos que a produção de leite é de acordo com a procura. Quanto mais sucção (correta) houver, mais leite você vai produzir e assim, haverá fartura! 

Durante a gestação o nosso corpo 'prepara o terreno' para a produção do leite. Os hormônios 'bombam' o tecido glandular, fazendo com que ele se desenvolva e as mamas cresçam. E logo após o parto, eles enviam o comando de que já está na hora de começar a fabricação. 
Na base do nosso cérebro existe uma glândula chamada Pituitária, que é a responsável pela produção da Prolactina, o hormônio que estimula as glândulas a produzirem o leite. Quando o bebê suga o seio, ele ativa as terminações nervosas do mamilo. Esse estimulo é conduzido até o cérebro (glândula pituitária), que inicia a produção da prolactina que, por sua vez, através da corrente sanguínea, vai chegar até as mamas e produzir o leite. Então grava o esquema: SUCÇÃO - CÉREBRO - PROLACTINA - SANGUE - MAMAS - LEITE. Isso é um reflexo ao estímulo e vai fazer com que você renove o seu estoque de leite para a próxima mamada. Sacou? 
Então, eu volto a afirmar: QUANTO MAIS O SEU BEBÊ SUGAR, MAIS LEITE VOCÊ TERÁ.

"É muito importante entender o efeito da sucção na produção de leite. Quanto mais sucção, maior a quantidade de leite produzido. Se a criança pára completamente de sugar ou se nunca começa, as mamas param de produzir leite. Se a mulher tem gêmeos e ambos sugam, suas mamas produzirão a quantidade extra de leite de que as duas crianças precisam. Isso é chamado oferta e procura. As mamas produzem tanto leite quanto a criança precisa. Se a mãe quer aumentar a oferta de leite, deve estimular a criança a sugar um maior número de vezes e por mais tempo. NÃO deve perder uma mamada para “economizar” leite- isto fará com que as mamas produzam menos". (F. Savage King).

Agora você me pergunta: "Mas e aquela pressão que eu sinto nos seios quando o meu bebê está mamando? O que é?"

Pois bem, essa pressão é a hora em que o leite está descendo para ser ejetado pelas mamas. Não raramente, a gente vê uns jatos bem fininhos saindo, como um chafariz.
 Essa contração das pequenas células musculares, que ficam ao redor do nosso tecido glandular, é provocada por um outro hormônio muito importante chamado Ocitocina, o famoso hormônio do amor. Ele, por sua vez, também é produzido na glândula pituitária, porém na sua parte posterior (enquanto a prolactina é produzida na parte anterior). E rola aquele mesmo esqueminha a partir do estímulo da sucção do bebê (sucção - cérebro - ocitocina - sangue - mama - leite saindo).

A ocitocina atua enquanto o neném está mamando e, por provocar a descida do leite, ela auxilia na quantidade necessária do "líquido perfeito", promovendo a nutrição ideal. 
Somente com a sucção a criança dificilmente consegue se alimentar o suficiente, por isso, é necessário que ocorra a ejeção simultânea, para que haja leite em abundância. Nosso corpo é realmente perfeito, não é? 

Agora, se liga em algumas coisas que você precisa saber sobre a Ocitocina:
Sua produção está diretamente ligada aos nossos sentimentos e pensamentos, ou seja, seu reflexo pode ser inibido por um simples nervosismo, tristeza ou preocupação. Sendo assim, NÃO SE BOICOTE
Sinta o amor no seu coração e exale carinho para o seu filhote. 
Crie e amadureça o vínculo.

IMPORTANTE: 
Se você está produzindo mais leite do que o seu filho precisa, pense em retirar essa produção extra, com uma bombinha, ou manualmente se preferir, para não haver empedramentos ou obstruções desagradáveis. E se na sua cidade tiver um banco de leite, que tal fazer umas doações e ajudar outros bebês? 👍

Acreditem SEMPRE no poder que seus corpos têm de nutrir perfeitamente os seus filhos e aproveitem cada segundo. 
Amamentar, além de fundamental para a saúde de ambos, é uma prova inigualável de amor. E se você está detectando algum problema ou dificuldade, procure ajuda. 

Aos poucos vou escrevendo mais sobre esse tema que é tão abrangente e tão importante.

Um grande beijo e até a próxima postagem.
Namastê.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Quem tem medo das fraldas de pano?

(Arquivo pessoal Matrem)

Há quem morra de desgosto quando ouve uma mãe dizer "eu uso fraldas de pano no meu filho". A cabeça começa a formigar com imagens de cocôs gigantes que nunca desgrudam, manchas eternas, tanque lotado até a alma, sol para quarar, pilhas e mais pilhas de fraldas para passar, alfinetes assassinos, fitas crepes..... CORTA! E rapidamente, para não deprimir e aliviar o estresse psicológico, surge a imagem de uma fralda "high tech" com absorção 12h, sensação seca e que é só enrolar e jogar no lixo. Claro que a segunda opção é mais atrativa. Mas, nem tudo que reluz é ouro e nem tudo que facilita a sua vida é maneiro e moderno. 
Estamos numa Era em que, ser moderno é ser, dentre outras coisas, sustentável, ecologicamente correto, levar uma vida saudável e saber se destacar sem ser "over". E as fraldas de pano modernas são tudo isso. Cheias de charme e de vários modelos, cores e estampas, elas são fabricadas em diferentes tipos de tecidos, possuem absorventes super potentes, "liners" biodegradáveis e ainda compõem o visual do seu baby de uma forma super descolada. 
Esqueça tudo aquilo que você, um dia, aprendeu sobre as fraldas de pano e se liga: elas podem ser classificadas em diurnas, noturnas, de banho e de treinamento; são laváveis à máquina, não necessitam de muito sabão e não precisam ser passadas. Ficou chocada? 
Então leia mais essa: as fraldas de pano modernas também são fabricadas em tamanho único e podem ser usadas desde o nascimento até o desfralde. Caiu dura né? Agora pensa na economia que isso vai te garantir.
Em média, um bebê gasta 5.500 fraldas desde o nascimento até o desfralde. Cada fralda descartável custa em média R$ 0,70. Fez as contas? Pesado né? Agora, pra encerrar, pense pra onde essa fraldaiada vai... Bom, essa nem eu sei, já que elas não se decompõem no meio ambiente e não possuem um local apropriado de destino. 
Conheci as fraldas de pano em um curso para gestantes que participei no Rio de Janeiro e a partir daquele dia, decidi que o meu filho as usaria. Elas são fofas, confortáveis e me geraram um custo médio de R$ 800,00 (incluindo capas que servirão até o desfralde e ainda serão aproveitadas para o próximo filho, fraldas de pano comuns e absorventes). 
Os tecidos das fraldas de pano modernas se utilizam de tecnologia, são de lavagem fácil e, assim como as fraldas descartáveis, também têm a função "seca", onde o neném não sente a umidade do xixi, e ainda possuem "liners", que são paninhos que bloqueiam a passagem de sólidos e podem ser biodegradáveis, ou seja, você pode jogar no vaso e dar a descarga tranqüilamente. Algumas fraldas são feitas com tecidos mais leves e respiráveis, outras com tecidos mais grossos e absorventes para o período da noite, outras com lycra e dryfit para praia e piscina, e TODAS as opções dispensam o uso de pomadas preventivas de assaduras, pois, ao contrário das descartáveis, não absorvem a umidade natural da pele do bebê. (Opa, vejo mais uma economia). 
Elas vêm com diferentes apresentações: somente capa, capa com bolso (pocket) e com ajustes de botões, elásticos ou velcro. Os recheios e absorventes também são de diferentes materiais e números de camadas, o que pode facilitar a vida da mamãe que precisa de "determinada função naquele momento". Um bebê que já está em fase de desfralde, por exemplo, necessita de boa absorção, mas também precisa sentir que está molhado para entender o processo. Já no neném menorzinho, que dorme bastante e precisa de um conforto maior, a mamãe pode optar por absorventes com cobertura seca como o "soft", por exemplo. Mas, Juliana, e o cocô molinho do neném que ainda não come e só mama, como é que a gente faz pra tirar do tecido? Pois bem, esses absorventes e capas são de fácil remoção residual, ou seja, por mais que o cocô penetre no tecido, ele não vai manchar e nem vai ficar por ali forever. E quando o seu baby já estiver na fase dos sólidos essa etapa passa e fica tudo ainda mais fácil! Dica preciosa: tire o excesso do cocô com água morna ou em água corrente, deixando penetrar bem no tecido. E depois, quando for tudo pra máquina, vai sair limpinho como novo. Mas, Ju, as fraldas de pano gastam muita água e sabão. Aí fugimos do "ecologicamente correto"! NANANINANÃO!!!! Você já pensou no quanto de água é necessário para se fazer fraldas descartáveis??? Pode apostar que nem se compara aos litros que você vai deixar escapar da sua máquina em uma semana. Em relação ao sabão: 1 colher de sopa de sabão de coco em pó é o suficiente para uma "maquinada" de fraldas e roupinhas. 
Bom, sigamos em frente. Quanto à escolha dos absorventes, eu ainda prefiro usar como recheio das capas as fraldas de pano comuns, tipo Cremer e acrescentar, de acordo com a necessidade, os absorventes e liners. Elas deixam o bumbum respirar bem e, na minha opinião, são bem fáceis de limpar. Podem me chamar de doida, mas tenho o maior prazer em lavar na mão as fraldas do Joaquim. E quando, por um acaso, fica alguma manchinha, coloco um pouquinho de bicarbonato de sódio e deixo 10 minutinhos no sol. É tiro e queda. 
Mas, olha, tirem da cabeça que fralda de pano dá trabalho! Assim como muita coisa na vida, elas também evoluíram. E, se houver uma rotina de lavagem, é só juntar as fraldinhas sujas em um lugar separado (diferenciando as de xixi das de cocô) e depois colocar na máquina junto com as roupinhas do seu filhote. E isso não é ficar horas com o umbigo no tanque esfregando pano. Afffff! 

(Arquivo pessoal)
E para as mães que, como eu, gostam de fazer os "origamis" de fralda para vestir por baixo das capas, podem aposentar os seus alfinetes e fitas crepe, pois os "Snappis" vieram para fazer dessa tarefa algo beeeem mais prático! Viu? Não é um bicho de 7 cabeças! E os bumbuns além de ficarem saudáveis e longe das assaduras, estão sempre muito lindos! 
Espero que tenham entendido um pouco sobre as fraldas de pano modernas. 
Aqui em casa a gente usa e aprova! 

E para quem se interessar, segue o link da loja onde comprei a maioria das fraldinhas do Joaquim:  http://www.chiquitabakana.iluria.com/
Vocês também podem encontrar fraldas fofas e outros produtos em: http://www.espacomamifera.com.br/.

Boa noite! 
Namastê. 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Teoria da extero-gestação.

(Arquivo pessoal Matrem)

Na útima segunda feira, quando fui ao programa Raízes do meu amigo Carlão, falei de forma bem genérica acerca da extero-gestação e, depois, algumas mamães me cobraram uma postagem, aqui no blog, que explicasse melhor do que isso se trata. Pois vamos a ela. 
Descobri um texto traduzido que explica, de forma didática, algumas técnicas que fazem parte dessa teoria. A fonte desse texto foi o documentário"The happiest baby on the block" (O bebê mais feliz do pedaço), que eu também assisti durante um curso que participei no Rio e amei.
Praticamos aqui em casa com o Joaquim e foi sucesso total!

(Na foto: Joaquim no seu "wrap sling", passeando no auge dos seus 2 meses. Aderimos o sling logo na primeira semana de nascido e até hoje, aos 8 meses e pesando 9,5kg, ele ama slingar, assim como a mamãe). 

"Os bebês humanos estão entre os mais indefesos de todos os  mamíferos. Por causa do maior tamanho do cérebro e do fato de que o tecido nervoso necessita de mais calorias para se manter do que qualquer outro, grande parte do alimento ingerido é gasto em prover nutrição e calor para as células nervosas.
Mais  significante é o fato de que nossos bebês necessitam nascer mais cedo do que deveriam, com seus cérebros ainda não totalmente desenvolvidos. Se o bebê humano nascesse já com o sistema nervoso central amadurecido, sua cabeça não passaria pela pelve estreita da mãe no momento do parto.
Ao contrário de outros mamíferos, como girafas e cavalos, o recém-nascido humano é incapaz de andar por um longo período após o nascimento, porque lhe falta o aparato neurológico maduro para tanto. O custo primal de ter um cérebro grande é que nossos filhotes nascem extremamente dependentes e em necessidade constante de cuidado.

O crescimento do nosso cérebro após o nascimento é mais rápido do que o de qualquer outro mamífero e segue neste ritmo por 12 meses.  A seleção natural demanda que pais humanos cuidem de seus filhos por um longo período e que os filhos dependam dos pais. Esta necessidade mútua traduz-se em um estado emocional chamado “apego”.
Em algumas culturas, como na tribo !Kung, bebês raramente choram por longos períodos e não há sequer uma palavra que signifique “cólica”. As mães carregam os bebês junto ao corpo, com um aparato semelhante a um “sling”, mesmo quando saem para a colheita. A relação mãe-bebê é considerada sacrossanta, eles permanecem juntos o tempo todo. O bebê tem livre acesso ao seio materno e vê o mundo do mesmo ponto de observação que sua mãe. 
Nossa cultura ocidental não permite um estilo de vida idêntico ao de tribos primitivas, mas podemos tirar lições valiosas sobre como ajudar nossos bebês na adaptação à vida extra-uterina. 
Nos primeiros 3 meses de vida, o bebê humano é tão imaturo que seria benéfico a ele voltar ao útero sempre que a vida aqui fora estivesse difícil. É preciso compreender o que o bebê tinha à sua disposição antes do nascimento, para saber como reproduzir as condições intrauterinas. 
O bebê no útero fica apertadinho, na posição fetal, envolvido por uma parede uterina morninha, sendo balançado para frente e para trás a maior parte do tempo. Ele também estava ouvindo constantemente um barulho "shhhh shhhh", mais alto que o de um aspirador de pó (o coração e os intestinos  da mãe).
A reprodução das condições do ambiente uterino leva a uma resposta neurológica profunda "o reflexo calmante". Quando aplicados corretamente, os sons e sensações do útero têm um efeito tão poderoso que podem relaxar um bebê no meio de uma crise de choro. 

Os 5 métodos para acalmar um bebê até 3 meses de idade são extremamente eficazes SOMENTE quando executados corretamente. Sem a técnica correta e o vigor necessário, não adiantam em nada.

1. Pacotinho ou casulo (embrulhar o bb apertadinho)

A pele é o maior órgão do corpo humano e o toque é o mais calmante dos cinco sentidos. Embrulhadinho, o bebê recebe um carinho suave. Bebês alimentados, mas nunca tocados, freqüentemente adoecem e morrem. Estar embrulhadinho não é tão bom quanto estar no colo da mãe, mas é um ótimo substituto para quando a mãe não está por perto. Bebês podem ser embrulhados assim que nascem. Apertadinhos, de forma que não mexam os braços.  Eles se sentem confortáveis, "de volta ao útero". Bebês mais agitados precisam mais de ser embrulhados, outros são tão calmos que não precisam.  

Se o bebê tem dificuldade para pegar no sono, pode ser embrulhado apertadinho, não é seguro colocar um bebê para dormir com um cueiro solto. Não permita que o cueiro encoste no rosto do bebê. Se estiver encostando, o bebê vai virar o rosto procurando o peito, ao invés de relaxar. 

Todos os bebês precisam de tempo para espreguiçar, tomar banho, ganhar uma massagem. 12-20 horas por dia embrulhadinho não é muito para um bebê que passava 24 horas por dia apertadinho no útero. Depois de 1 ou 2 meses, você pode reduzir o tempo, principalmente com bebês tranqüilos e calmos. 

2. Posição de Lado 

Quanto mais nervoso seu bebê estiver, pior ele fica quando colocado sobre as costas. Antes de nascer, seu bebê nunca ficou deitado de costas. Ele passava a maior parte do tempo na posição fetal: cabeça para baixo, coluna encolhida, joelhos contra a barriga. Até adultos, quando em perigo, inconscientemente escolhem esta posição. 

Segurar o bebê de lado ou com a barriga tocando os braços do adulto ajuda a acalmá-lo (a cabeça fica na mão do adulto, o bumbum encostado na dobra do cotovelo do adulto, com braços e pernas livres, pendurados). Carregar o bebê num sling, com a coluna curvada, encolhidinho e virado de lado, tem o mesmo efeito. Atualmente especialistas são unânimes em dizer que bebês NÃO DEVEM SER POSTOS PARA DORMIR DE BRUÇOS, pelo risco de morte súbita. 

O bebê não sente falta de ficar de cabeça para baixo, como no útero, porque na verdade o útero é cheio de fluido e o bebê flutua, como se não tivesse peso algum. Do lado de fora, sem poder flutuar, virado de cabeça para baixo, a pressão do sangue na cabeça é desconfortável. 

3. Shhhh Shhhh - O som favorito do bebê 

O som "shhh shhh" é parte de quem somos, tanto que até adultos acham o som das ondas do mar relaxante.  Para bebês novinhos, "shhh" é o som do silêncio. Ele estava acostumado a ouvir tal som 24 horas por dia, tão alto quanto um aspirador de pó. Imagine o choque de um bebê acostumado a tal som o tempo todo chegando a um mundo onde as pessoas cochicham e caminham na ponta dos pés, tentando fazer silêncio!

Coloque sua boca 10-20 cm de distância dos ouvidos do bebê e faça "shhh", "shhh". Aumente o volume do "shh" até ficar tão alto quanto o choro do bebê. Pode parecer rude tentar "calar" um bebê choroso fazendo "shh", mas para o bebê, é o som do que lhe é familiar. 

Na primeira vez fazendo "shhh", seu bebê deve calar pós uns 2 minutos. Com a prática, você será capaz de acalmar o bebê em poucos segundos. É ótimo ensinar isso aos irmãos mais velhos, que adorarão poder ajudar e acalmar o bebê. 

Para substituir o "shhh", pode-se ligar:
- secador de cabelos ou aspirador de pó
- som de ventilador ou exaustor
- som de água corrente
- um CD com som de ondas do mar
- um brinquedo que tenha sons de batimentos cardíacos
- rádio fora de estação ou babá eletrônica fora de sintonia
- secadora de roupas ligada com uma bola de tênis dentro
- máquina de lavar louças
- O barulho do carro ligado também acalma a criança. 

"A vida era tão rica no útero. Rica em sons e barulhos. Mas a maior parte era movimento. Movimento contínuo. Quando a mãe senta, levanta, caminha e vira o corpo - movimento, movimento, movimento." (Frederick Leboyer, Loving Hands) 

Quando pensamos nos 5 sentidos - visão, audição, tato, paladar e olfato - geralmente esquecemos o sexto sentido. Não é intuição, mas a sensação de movimento no espaço. Movimento rítmico ou balanço é uma forma poderosa de acalmar bebês (e adultos). Isso porque o balanço imita o movimento que o bebê sentia no útero materno e ativa as sensações de "movimento" dentro dos ouvidos, que por sua vez ativam o reflexo de acalmar. 

4. Como balançar ?

1. Carregando o bebê num "sling" ou canguru;
2. Dançando (movimentos de cima para baixo);
3. Colocando o bebê num balanço;
4. Dando tapinhas rítmicos no bumbum ou nas costas;
5. Colocando o bebê na rede;
6. Balançando numa cadeira de balanço;
7. Passeando de carro;
8. Colocando o bebê em cadeirinhas vibratórias (próprias para isso);
9. Sentando com o bebê numa bola inflável de ginástica e balançando de cima para baixo com ele no colo;
10. Caminhando bem rapidamente com o bebê no colo.  

Quando balançar o bebê, seus movimentos devem rápidos mas curtos. A cabeça do bebê não fica sacudindo freneticamente. A cabeça move no máximo 2-5 cm de um lado para o outro. A cabeça está sempre alinhada com o corpo e não há perigo de o corpo mover-se numa direção e cabeça abruptamente ir na direção oposta. 

5. Sucção 

No útero, o bebê está apertadinho, com as mãos sempre próximas ao rosto, sugando os dedos com freqüência. Quando nasce, não mais consegue levar as mãos à boca. A sucção não- nutritiva é outra forma de acalmar o bebê.
A amamentação em livre demanda não é recomendada somente para garantir a nutrição do bebê e a produção de leite da mãe, mas também para suprir a necessidade de sucção não-nutritiva. Alguns especialistas orientam às mães a darem chupetas para isso, mas ainda que a chupeta seja oferecida ao bebê, não deve ser introduzida nas 6 primeiras semanas de vida, quando a amamentação ainda está sendo estabelecida. Há sempre o risco de haver confusão de bicos e o bebê sugar o seio incorretamente.  

É importante lembrar que o bebê nunca chora à toa. O choro nos primeiros meses de vida é a única forma de comunicar que algo está errado. Ainda que ele esteja limpo e bem alimentado, muitas vezes chora por necessidade de aconchego e calor humano. Por isso, falar que bebê novinho (recém nascido até 3 meses ou mais) faz manha (no sentido de chorar para manipular "negativamente" os pais) não tem sentido. Bebês novinhos simplesmente não tem maturidade neurológica para tanto".

Texto traduzido por Flavia Mandic
Bibliografia: The Happiest Baby on The Block, Dr. Harvey Karp, Bantam Dell, 2002. New York. Our Babies, Ourselves: How Biology and Culture Shape the Way We Parent, Meredith F. Small, Anchor Books, 1998. New York.

Boa Noite!
Namastê.